Quarenta por cento dos 10 principais emissores de Turismo desaconselham viagens não essenciais
Os dados mais recentes da Organização Mundial do Turismo referentes a 1 de Junho, confirmam que globalmente existem apenas três destinos totalmente abertos ao Turismo, sem as restrições pandémicas actuais: Albânia, Costa Rica e República Dominicana.
Cerca de 29% “fecharam completamente” as suas fronteiras para o Turismo internacional. A implantação de campanhas de vacinação e a adopção de soluções digitais para viagens seguras "devem levar a um aumento da mobilidade internacional nas próximas semanas e meses", diz a OMT, no entanto, quatro dos dez principais mercados de origem ainda desaconselham viagens não essenciais no exterior.
O último relatório às restrições de viagens da OMT, baseado em dados apurados até ao dia 1 de Junho, mostra que 63 destinos (29%) têm suas fronteiras totalmente fechadas para o Turismo internacional, e metade deles está nessa situação desde Maio de 2020. Segundo a OMT, são principalmente pequenos estados insulares na Ásia-Pacífico. 70% de todos os destinos na Ásia e no Pacífico estão completamente fechados, em comparação com apenas 13% na Europa, assim como 20% nas Américas, 19% na África e 31% no Médio Oriente.
No final de Abril de 2020, havia 156 destinos fechados, valor que subiu para 163 um mês depois, e começou a diminuir lentamente, atingindo o seu menor número (59) em Novembro do ano passado.
Até o dia 1º de Junho, 73 destinos (34%) estavam parcialmente fechados, enquanto 78 destinos (36%) pedem teste negativo à COVID-19 e, em alguns casos, junta-se uma quarentena.
Os dados recolhidos pela OMT confirmam a tendência de destinos que adoptam “abordagens mais diversificadas”, face à evolução da situação epidemiológica e ao aparecimento de novas variantes do coronavírus. Na verdade, 42% de todos os destinos introduziram restrições específicas para quem chega de destinos com variantes preocupantes, e essas medidas vão desde a suspensão de voos, encerramento de fronteiras e até quarentena obrigatória.
Ainda de acordo com a OMT, isto fica a dever-se ao facto de um grande parte dos destinos com as medidas mais rígidas, serem aqueles que possuem taxas de vacinação mais baixas. Os dados publicados também demonstram que existe uma forte relação entre a rapidez da vacinação e a flexibilização das restrições.
No entanto, pode-se inferir do relatório que a recuperação está nas mãos dos principais emissores de Turismo, porque o reinício do Turismo mundial permanecerá menos expressivo enquanto os governos continuarem a recomendar cautela nas viagens. Na análise mostra-se evidente que quatro dos dez principais mercados emissores continuam aconselhar os seus cidadãos a evitar viagens ao exterior que não sejam essenciais.
Estados Unidos, China, Hong Kong e Canadá geraram em 2018 um total de 338 milhões de viagens para o exterior das suas fronteiras, o que representa 25% do total global. Neste momento, esses países têm quarentenas obrigatórias, independentemente de onde retornar, excepto nos Estados Unidos, onde aqueles que estão totalmente vacinados ficam isentos.
Além de desaconselhar viagens, também existem países que permitem viagens para destinos de baixo risco, por meio de avaliações específicas, como são os caos da Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Holanda. Nesses países, a quarentena é exigida no retorno, se chegarem de destinos de alto risco, e para aqueles que são considerados de baixo risco no máximo é exigido um teste COVID-19 negativo, se os viajantes tiverem sido vacinados.
Outro elemento que contribui para a situação está relacionado com as mudanças repentinas das regras para viajar, o que origina algum receio e uma consequente retracção na procura por parte dos viajantes internacionais, ao qual se junta custos adicionais de viagem relativos a seguros, custos de possíveis exames entretanto exigidos e quarentenas no retorno para casa, factos que desestimulam a procura de viagens para fora das suas próprias fronteiras. Se reflectirmos sobre estes dados publicados pela OMT, os receios da procura não são totalmente infundados porque desde 1 de Junho já ocorreram modificações às situações apresentadas neste relatório.
06 Julho 2021